A Fisioterapia no Autismo
- Dra Thamires B. Rodrigues Pereira Crefito 3
- 13 de fev. de 2020
- 3 min de leitura
Texto escrito pela Dra Joice Neves de Andrade CREFITO 3 255283 - F
O que é Autismo?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um novo termo oficial segundo o DSM-V (2013). É um transtorno com influência direta no desenvolvimento neuropsicomotor da criança. Devido alterações no Sistema Nervoso a criança apresenta um desenvolvimento atípico sendo possível observar alterações nos primeiros meses de vida.
A criança Autista apresenta dificuldade de compreender seu corpo em sua globalidade e quando partes do corpo não são percebidas e as funções de cada uma são ignoradas, podem‑se observar ações e gestos pouco organizados. Trazendo prejuízos na interação social, na comunicação, nos comportamentos, nos movimentos, nos interesses e relacionamentos.
Para uma criança Autista, o corpo pode ser um objeto de angústia e de pânico, sobre tudo se ele não é bem estimulado e compreendido. Por isso, é necessário que ele se torne um polo de segurança e estabilidade. Portanto diante do diagnóstico faz-se necessário acompanhamento com equipe multiprofissional com o objetivo de traçar uma estimulação precoce e conduzi-lo a uma boa evolução.
Sinais de alerta para Autismo
· Anormalidades do controle motor;
· Atraso no desenvolvimento motor;
· Pobre ou pouco contato visual;
· Ausência de balbucio
· Pobre gestos sociais;
· Brincar empobrecido;
· Presença de estereotipias (manias);
· Falta de interesse por brinquedos;
· Usar a mão do outro para brincar;
· Não apontar quando querem algo;
· Pouca ou nenhuma comunicação verbal e não verbal;
· Ausência de imitação;
· Agitação;
· Seletividade alimentar;
· Dificuldade em quebra de rotina;
· Intolerância ao contato físico;
· Hipotonia;
· Andar nas pontas dos pé;
· Dificuldade em concentrar-se;
· Explorar objetos cheirando ou lambendo;
· Não responder quando chamado pelo nome;
· Sensibilidade a sons (colocar mãos nos ouvidos);
· Pouca sensibilidade à dor;
· Alteração da coordenação motora.
Alterações motoras presentes no Autismo
A corporeidade é a linguagem dos indivíduos desde a sua fase uterina. Assim, o movimento está em ligação direta com a criança, sendo a parte dela que se comunica com o mundo, organizando‑se como sujeito pensante e atuante na sua participação na sociedade.
E é fácil perceber que a criança autista não possui um corpo vivenciado. A sensação que se tem é que o corpo é um objeto à parte, sem significação, sem importância. Existe uma grande dificuldade, por parte dela, em compreender seu corpo como um todo. Ela não desenvolve, de maneira adequada, as noções de Esquema Corporal, o que tem diversas implicações no desenvolvimento do equilíbrio, da lateralidade, da coordenação motora global e dos movimentos sendo desarmônicos e desengonçados.
Estando presente algumas alterações motoras, como:
· Atraso nas aquisições motoras como o rolar, o sentar e o engatinhar;
· Início tardio da marcha;
· Andar nas pontas dos pés;
· Sentar-se em W;
· Evita ou busca excessivamente informações sensoriais;
· Hipotonia;
· Déficit de equilíbrio;
· Alterações da coordenação motora grossa e fina;
· Posturas viciosa e desleixadas;
· Presença de um brincar empobrecido (ausência ou pouca imitação, pouca exploração do brinquedo, dificuldade na imaginação e no brincar simbólico).
Todos esses achados reforçam a necessidade de um diagnóstico e um programa de intervenção precoce em crianças com TEA. Pois tais funções são a base necessária para aquisição da autonomia e aprendizagens cognitivas. E sem a detecção precoce, a criança com TEA perde etapas essenciais nos primeiros anos de vida.
Qual o papel da Fisioterapia no Autismo?
Diante do diagnóstico é fundamental avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor da criança, com objetivo de traçar uma estimulação precoce que favoreça seu pleno desenvolvimento.
A criança autista precisa estar em contato com um ambiente rico em estímulos sensoriais diversos envolvendo os 5 sentidos, pois partir das experiências sensório-motoras poderá aumentar sua relação e afinidade com o mundo.
Portanto o profissional fisioterapeuta busca proporcionar um estímulo ao desenvolvimento infantil, por meio de exercícios lúdicos, que na sua execução possibilitam a interação com diversão e brincadeiras, que estimulam a criatividade, a capacidade motora e raciocínio. Pois, a vida da criança é a brincadeira, sendo esta uma maneira prazerosa de movimentar-se e de ser independente. Enquanto brinca, a criança desenvolve seus sentidos, adquire habilidades corporais, conhecem objetos e suas características, como forma, textura, temperatura, cor, tamanho e som. Ao brincar, ela entra em contato com o ambiente que a cerca, interage com pessoas, desenvolve sua mente e sua afetividade, torna-se ativa e curiosa com relação ao mundo. É pelo brincar que a criança desenvolve seus componentes sensoriais, cognitivos, motores, sua interação com o ambiente e suas relações sociais. Pois brincando ela tem oportunidade de experimentar desafios, investigar e conhecer o mundo de maneira natural e espontânea, expressando seus sentimentos e facilitando o desenvolvimento das relações com as outras pessoas.
Exercendo então o fisioterapeuta papel fundamental no acompanhamento da criança com TEA, pois através de sua interação com o ambiente em diferentes atividades, ela poderá ser estimulada a desenvolver o conceito intelectual, físico, social e didático.
Referências:
Azevedo, A; Gusmão, M. 2016
Santos; Melo. 2018
MCSL Daltro. 2018
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